A Defesa Civil de Itabira, com apoio da mineradora Vale, realizou na tarde desta quarta-feira (23), por volta das 15h, um simulado prático de emergência abrangendo as barragens do eixo Sul do sistema operacional de Itabira. A ação preventiva envolveu as estruturas de Cambucal I, Cambucal II, Conceição, Itabiruçu, Rio do Peixe e Sistema Pontal, com foco na Zona de Autossalvamento (ZAS).
Durante o exercício, houve interrupções no trânsito em pontos estratégicos da cidade, com o objetivo de garantir a segurança da população. Tanto a Defesa Civil quanto a Vale informaram que não houve alteração nos níveis de emergência ou segurança das barragens, reforçando o caráter preventivo e educativo da iniciativa, em conformidade com as exigências legais do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM).
O principal objetivo do simulado foi fortalecer a cultura de prevenção e orientar moradores, trabalhadores, visitantes, órgãos públicos e empregados da mineradora quanto aos procedimentos a serem adotados em uma eventual situação de emergência. A participação foi facultativa, representando um direito da população e uma oportunidade para se familiarizar com rotas de fuga, pontos de encontro e medidas de autossalvamento. A ação também permitiu que órgãos públicos avaliassem a eficácia da sinalização de emergência e dos sistemas de alerta e alarme.
Até o momento nem a Defesa Civil, nem a Vale divulgaram dados oficiais sobre o nível de adesão ou se os resultados atenderam às expectativas da organização. No entanto, a reportagem identificou que persistem entre os moradores sentimentos de insegurança e percepção de falta de informação sobre os riscos relacionados às barragens. A frequência do som das sirenes, aliada à ausência de campanhas educativas mais eficazes, pode ter contribuído para uma certa acomodação da população e para a baixa presença nos pontos de encontro estabelecidos.
“Este simulado, para a Vale, acaba sendo uma formalidade para demonstrar um plano de evacuação que proteja apenas a mineradora. A realidade é que, em caso de rompimento, as rotas apresentadas seriam apenas formas de direcionar a população para morrer organizada. A preocupação com a segurança real e a falta de informações claras ainda geram grande apreensão no itabirano.”
Apesar da estrutura e logística implementadas, a declaração do vereador reflete o sentimento de parte da comunidade, que convive com o temor constante em relação à segurança das barragens e reivindica informações mais claras, transparentes e acessíveis.
