Brasília, 25 de julho de 2025 – Em depoimento à Polícia Federal, Mário Fernandes, ex-secretário-geral da Presidência no governo Bolsonaro, admitiu ter impresso no Palácio do Planalto um documento intitulado “Punhal Verde-Amarelo”, que continha menções a um suposto plano de assassinato dos então candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Fernandes classificou o material como “pensamento pessoal” e negou tê-lo compartilhado, mas a cronologia dos fatos – incluindo uma reunião com Bolsonaro 48 minutos após a impressão – levanta questionamentos sobre o destino do texto.
DETALHES DO CASO
O Documento e as Admissões
- Conteúdo: O “Punhal Verde-Amarelo” seria uma “análise de riscos” com trechos que mencionavam a “eliminação física” dos três alvos. Fernandes insistiu que era apenas um “exercício teórico”.
- Impressão: Realizada em impressora do Planalto em 15 de outubro de 2022, durante a campanha eleitoral.
- Destruição: O ex-secretário afirmou que rasgou as folhas após ler, por ter o “hábito de imprimir textos longos”.
A Reunião no Alvorada
- 48 minutos após a impressão, Fernandes participou de um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
- Justificativa: Ele alega que a reunião era sobre “logística de viagem” e não mencionou o documento. A PF investiga se houve conexão.
Investigação da PF
- Rastreamento: Perícia identificou que o arquivo foi editado múltiplas vezes antes da impressão.
- Questionamentos: Delegados destacam que Fernandes ocupava cargo estratégico e que a “natureza hipotética” do texto é incompatível com suas funções.
DECLARAÇÕES
- Mário Fernandes (em depoimento):
“Jamais mostrei a ninguém. Era um estudo acadêmico sobre cenários extremos, que destruí por precaução.” - Delegado responsável (sob anonimato):
“Imprimir um documento desses na sede do governo, minutos antes de ver o presidente, exige explicações mais convincentes.”
CONTEXTO
O caso surge em meio a outras investigações sobre atos antidemocráticos pós-eleições de 2022. A PF já tinha acesso ao arquivo digital, mas a confissão da impressão no Planalto muda o patamar das apurações.
PRÓXIMOS PASSOS
- A PF deve ouvir Bolsonaro sobre o conteúdo da reunião.
- Peritos analisam se há cópias não destruídas do documento.
- O STF avalia se o caso configura incitação à violência.
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